Eu penso (também) assim:

Desejaremos, um dia, o que vivemos: realidade fugaz dos sentimentos,
cheios de paz, de gozo e amor insano!



3 de agosto de 2008


Extasiado é a palavra.
Recíproco é meu pensamento.
Depois da tempestade... sempre fica o alagamento.
Penso... a saudade consegue transformar a beleza em tristeza infinita do presente... porque traz para mim o encanto das horas do passado... o calor dos abraços inesquecíveis... o eco de suas palavras...
Em alguns momentos, afastei meus olhares das coisas simples que tanto me refazem:
A carícia do vento no alvorecer do dia e o barulho da chuva na vidraça.
O prazer de espreguiçar o corpo quando o amanhecer ainda é longínquo...
Tantas coisas de que tenho saudade de sentir.
As seqüelas são visíveis, os momentos tristes não se escondem por si só.
Entretanto existe alegria em algum lugar, e ela, tão disposta e comprensível, acaba nos achando?!Um tanto quanto rude, mas é algo normal.
Metáforas?! É um perigo comparar, melhor sentir.
Viver, algo que parece complicado, as vezes impossível, precisa ser encarado pelo prisma do bom senso... isso ainda aprendo por aí!
Mas eu preciso acreditar em mim e deixar o tempo cicatrizar essa ferida, e não ficar entediada com o ranço do “não sei”, “do não consigo” que vamos nos dando, para justificar a morbidez com que nos expomos ao mundo.
De momento vou levando e investindo no que me é oferecido.
Barganha? Pechincha? LÓGICO. Afinal de contas estamos num grande mercado informal, onde as prateleiras estão recheadas de idéias, sentimentos e surrealismo.
Faço da utopia uma realidade, nem que seja num simples sonho.
Sonho?! Posso?! Eu quero e sou abusada, ou não?
Digamos que tento preencher todo e pequeno espaço oferecido. Por isso é que me instigo a abandonar as pausas, os hiatos e a me mirar sem restrições e exclusões.
Hoje, quero me desvestir da voz da incredulidade... e crer que vou conseguir superar essa fase em que vivo e que, há um horizonte por demais vasto que me convida a ir além...
A tristeza não sai a hora em que se quer. Portanto, sigo com a escrita porque ela não nos salva apenas das loucuras, mas ajuda muito a amenizar a dor da saudade!
Com uma eterna intenção de expansão ou coexistência, babaquices newtonianas não se aplicam aos sentimentos atuais.
Se você discorda, tente encontrar o inicio e fim de cada corpo de um casal no seu abraço êxtase. Se por acaso você conseguir, já tenho o contra-argumento.
Se estiver feliz é o que basta, contagie-me. Ok! Contagiou. Estou feliz!
Mas o vício que corria em algum lugar esvaiu.
Ainda resta alguém, ainda resta "eu".

***
Amados amigos,
Vocês, que estiveram presente das mais diversas forma ao meu lado, manifestando carinho e solidariedade no momento de dor e tristeza, quero agradecer de coração por cada palavra de consolo. Saibam que cada lágrima que rolou (ou que ainda rola), não foi por falta de esperança ou derrota, mas pela separação prematura de maneira tão violenta, de um jovem tão querido. E a vontade de Deus é inquestionável.
Obrigada pela amizade de todos.

Crys


13 comentários:

Anônimo disse...

uhruh!

Sonia Regly disse...

Lindo seu texto, sentido, maravilhosooooo!!! Vc escreve com a alama.Vou linkar seu lindo Blog.Quero que vc conheça o meu: Compartilhando as Letras. Te aguardo lá, apareça!!!!!

Anônimo disse...

A gente precisa (sobre)viver, né? Bjo, manazinha, o que importa é vc de volta! ;-)

Anônimo disse...

Alvissaras! Aleluia!
Como me é gostoso poder te ler de novo. Chegaste com a furia dos literaros, trovejando verbos, relampeando adjetivos, evidenciando teu nome próprio,
Querida amiga, vocêsabe quanto é querida, conte comigo sempreque precisar e continue a escrever assim tão lindamente.

Anônimo disse...

Crys, minha querida! (Permita-me chamá-la assim?)

Ler-te é deixar a alma ficar inundada de bons sentimentos... é bom tê-la de volta, ainda que eu tenha estado bem ausente desse mundo blogueiro, por estar mergulhada no meu mundinho de dúvidas, perguntas, interrogações que me levam a me desconstruir para encontrar realmente quem eu sou.
Querida, seguir é necessário... e com sua alma assim bonita, tenho fé que tudo será mais fácil.

Conte com meu carinho, tá? Ele é sincero. Meu e-mail é ekarine@uol.com.br Escreva-me!

Beijo Muito Karinhoso,

Anônimo disse...

É lugar comum dizer que o tempo se encarrega de apagar as coisas ruins que acontecem conosco. É lugar comum falarmos ou escrevermos que com todos isto se repete, que foi assim com os pais, avós, bisavós e etc. Que os dias que virão trarão um novo tempo com boas novas etc, etc. Vendo-se notícias na TV percebe-se o desespero de homens e mulheres em qualquer parte do mundo, nas mais variadas culturas, quando perdem seus entes queridos. Parece até exagero quando batem no próprio corpo em auto flagelação explícita. É próprio da raça humana. Sente-se que compreendeu parte do sentido da vida, querida Crys. Magistral este desvelo para com os seus, conosco e vc. Beijos

Anônimo disse...

Que bom que voltou, Crys.
Tudo caminhando?
Amei o texto!!

Continuo na torcida para que tudo se ajuste e se encaixe da melhor forma possível pra vc e pra seus familiares.


Um meeeega beijo. :)

Anônimo disse...

Cryslindinha...

"Ainda resta alguém, ainda resta "eu"."

A última frase desse belíssimo texto poético mostra claramente que sua recuperação está acontecendo, dentro do seu próprio tempo.

O texto mostra sua coragem, sua determinação, sua garra de mulher, brasileira, guerreira. Por piores que sejam os momentos, um dia eles cedem e, pouco a pouco, a brisa suave volta a ser sentida quando acaricia seu corpo. As gotas da chuva na vidraça lavam simbolicamente a alma que, limpa e renovada, permite o espreguiçar do corpo enquanto aguarda o longínquo amanhecer.

Em algum lugar, existe a alegria...

Beijos, minha linda. Com todo o meu carinho.

Anônimo disse...

Crys! Você disse que a escrita "salva". Eu acredito nisso. Escrevendo, você exorciza suas tristezas, você fala do que é dolorido, você olha fora de si...
E ainda, aqui, no blog, você encontra palavras que conversam com você e tentam amenizar sua dor, com o oferecimento de ombro e colo, como eu faço a você, agora...
Beijos, querida.
Dora

Anônimo disse...

Tantas palavras me vieram "a boca" para dividir contigo... todas elas me pareceram irrelevantes... deixo um abraço apertado e um sorriso carinhoso.
cla

Tânia disse...

Bom te ler novamente, e saber que tudo se encaminha, pois apesar da saudade sentida precisamos continuar, mesmo sabendo que ainda resta você, o muito de você.

Força sempre

bjo

disse...

ola crys...
sabe.. podemos tombar..sentir que as noites sao muito longas.. que as feridas sangram... mas me diga como entao poderemos entender o que é o reerguer.. sentir o alvorecer e as curas das dores todas se nao passarmos por nada?
isso faz parte do existir.. da longa caminhada do viver...isso nos da um sentimento chamado compaixao.. pq se um outro alguem sofrer .. seja por qual motivo for... nao sentiremos as suas dores mas entenderemos pq ja passamos por isso..
na vida o caminho é mais ou menos igual para todos... mas a forma como se pisa nesse caminho é que faz toda a diferença...
sao as nossas escolhas...e temos essa liberdade maior.. escolher a todo instante se ficaremos mergulhados na tristeza.. sentindo pena de si mesmo.. "brigando" com o Maior ou entao mesmo com as chagas abertas .. com aquela dor mais profunda.. se levantar e fazer o que tem que ser feito..
siga em frente e guarde naquele pedaço melhor de seu coraçao todas as lembranças...saudade é algo bom.. pois é amor...
um gde beijo e aquele abraço apertado...

Lê.

Anônimo disse...

É bom te ver de volta! E com este texto tão intimista, tão sentimento, melhor ainda.
O texto e o post scriptum me fizeram lembrar um dito de Baltazar: "Não há sensibilidade sem dor, nem prazer sem sensibilidade."
Um beijo grandão, viu? E força pra todos vcs.